Governo paulista terá que pagar dias parados e pressão por reajuste continua
Roberto Parizotti
Publicado em: 03/07/2015
Os professores da rede pública estadual de São Paulo fizeram a maior greve da história do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp). Decretada no dia 13 de março, durou 92 dias, mas o governo paulista não apresentou qualquer proposta de reajuste salarial e não reconheceu como legítima a paralisação da categoria.
Após um mês do fim da greve, na quinta-feira (2) é publicada uma das primeiras conquistas aos educadores, mas que não veio do Judiciário de São Paulo. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, determinou o pagamento dos dias parados aos professores que cruzaram os braços durante todo o período.
Para a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, a decisão estabelece, de forma indireta, que os professores têm o direito de paralisar as atividades na educação por melhores condições de trabalho. “O governo ficou com o poder de decidir quais os professores que iriam ou não repor. Agora não, quem participou da greve receberá e poderá repor as aulas. E, claro, isso garantirá a sobrevivência daqueles que estavam vivendo com cesta básica”.
O vice-presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, explica que ao longo dos três meses, o governo tucano se eximiu de negociar com os educadores. “Esta é uma vitória dos professores e da Apeoesp, de uma categoria que esteve em greve, sobretudo, em defesa de uma educação pública de qualidade para além das questões econômicas e da carreira do magistério”, ressalta.
A luta continua
Os professores, ainda, cobram aumento de 75,33% como equiparação salarial a outras categorias com a mesma formação. Bebel explica que o governo garantiu que até o dia 1º de julho a questão seria resolvida. “Continuamos pressionando para que o governo cumpra a palavra dele, mas até o momento ele não cumpriu. Até agora o reajuste foi zero”, esclarece.
Da CUT
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