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Sem investir, governo Alckmin importa energia e aumenta risco de apagão23/01/2015 A população paulista, que enfrenta a maior crise de abastecimento de água de toda a sua história – com a possibilidade de colapso já nos próximos meses conforme já admite o próprio presidente da Sabesp, Jerson Kelman –, pode ter pela frente outra ameaça: a falta de energia elétrica. Isso porque o aumento da demanda por energia no estado não foi acompanhado por investimentos no setor. O alerta é do presidente da Federação dos Urbanitários do Estado, Gentil Teixeira de Freitas. A entidade representa trabalhadores dos setores de água e energia. De acordo com ele, desde 1997, quando foram privatizadas empresas como a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e a Companhia Energética de São Paulo (Cesp) não foram feito investimentos para a ampliação da produção. "Uma grande luta dos trabalhadores foi para incluir nos editais de privatização a obrigatoriedade de expansão de 15% no que estava sendo comprado. O governo, que já não tinha investido, vendeu tudo e não cobrou o cumprimento dos editais. Pelo menos até ontem, nada foi ampliado", afirmou. Conforme o dirigente, faltaram investimentos também em fontes alternativas, como energia eólica, com grande potencial em regiões como Botucatu e São José dos Campos, entre outros, em termelétricas e em tecnologias para extração de energia do bagaço de cana, por exemplo. "Os governos paulistas conseguiram ser ainda mais incompetentes que os de outros estados, também administrados por tucanos. Em Minas Gerais, houve ampliação da geração e em muitos outros estados há investimentos para obtenção de energia eólica". O problema, conforme explica, é que o estado mais rico da federação, que concentra a maior produção industrial e tem o maior mercado consumidor, compra energia de fora, que chega ao estado por meio das linhas de transmissão – os chamados linhões – construídas do governo Lula para cá para trazer a energia produzida em usinas de outros estados. "Fica tudo nas costas da União", diz. De acordo com Freitas, o governo paulista tem condições de construir. Localizadas no rio Paraná, entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, as usinas de Jupiá e Ilha Solteira compõem um complexo hidrelétrico construído entre os anos de 1965 e 1978, em plena ditadura. Foram privatizadas a partir de 1997 e não receberam mais investimentos. Além disso, o estado não aderiu à proposta federal de renovação das concessões das hidrelétricas, como parte do programa para a redução de tarifas de energia para consumidores residenciais e empresariais. Com isso, as usinas foram devolvidas à União, que acabou abrindo editais de concessões. No ano passado, a União assinou concessão para a usina de Três Irmãos, a maior do rio Tietê, que também tinha sido concluída no final dos anos 1970. O controle passou para um consórcio formado por Furnas e uma empresa do setor de portos e pavimentação. "A gestão das usinas pela iniciativa privada, preocupada apenas com o lucro, está por trás do aumento das tarifas", aponta ele. Segundo o próprio Balanço Energético do Estado de São Paulo 2014, da Secretaria estadual de Energia, entre 2004 e 2013, a produção paulista de energia subiu de 76.865 GWH (gigawatts) para 80.091 GWH – um aumento de 4,19%. No mesmo período, a importação, também em GWH, passou de 48.208 para 90.885 – 88,52% a mais – para atender a um consumo que partiu de 111.982 para 153.147, correspondente a 36,76% de aumento.
(Fonte: Cida de Oliveira - Rede Brasil Atual) • Veja outras informações |
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