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Água dos sistemas Cantareira e Alto Tietê pode acabar no meio no meio do ano

14/01/2015

Pesquisador da USP considera inevitável que Alckmin decrete o racionamento

divulgação 
 

A crise hídrica  em São Paulo caminha para o colapso, e até o meio do ano, os sistemas Cantareira e Alto Tietê poderão chegar ao nível zero, acreditam os especialistas que acompanham com apreensão o problema.

“Atualmente, com a capacidade da Cantareira abaixo de 7%, estamos observando que as chuvas não estão compensando a redução dos níveis de água por captação e evaporação; caso a situação de chuvas e de consumo continue do jeito que está os dois reservatórios vão ficar sem água”, preocupa-se Pedro Luiz Côrtes, geólogo e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) na área de meio ambiente e sustentabilidade, e professor de mestrado em gestão ambiental na Uninove.

É preciso “preparar-se para o colapso no sistema público de abastecimento”, escreveu o professor ReginaldoBertolo, do Instituto de Geociências da USP, em palestra realizada em novembro de 2104, na qual defendeu a produção de águas subterrâneas para atenuar o problema que os cerca de 20 milhões de habitantes da região metropolitana terão de enfrentar.

Falta de investimento do Governo Alckmin sobrou para São Pedro  

Já que não cumpriu os investimentos previstos pela outorga de 2004 para ampliar a capacidade de abastecimento do sistema Cantareira, preferindo durante sua gestão privilegiar a remuneração de acionistas da Sabesp, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) prefere a abordagem do problema pela questão das chuvas. Mas essa perspectiva está 'virando água', ou se frustrando a cada dia. Neste mês, cujas chuvas históricas são de 271,1 milímetros, até agora choveu apenas 45,7 milímetros, o que é praticamente a metade do que já estaria acumulado no mês, caso as chuvas estivessem em regime regular.

E para os próximos dias não há previsão de alteração desse quadro. Segundo a carta de previsão do tempo a médio prazo do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as probabilidades de chuvas acima de 5 milímetros nos próximos dias são de 1% até sábado (17), e de 7% entre os dias 18 (domingo) e 21 (quarta-feira); a situação de chuvas deve melhorar um pouco somente no dia 22 (quinta-feira), quando a probabilidade de precipitações acima de 5 milímetros sobe para 20%.

Cantareira pode levar até  sete anos para se recompor

“A previsão de recomposição da Cantareira leva uns cinco anos, talvez sete anos; infelizmente, estamos no início da crise, pois o pior ainda não aconteceu”, afirma Côrtes. “O governo do estado devia mostrar para a população os cenários com os quais está trabalhando e as ações dentro de cada cenário”, continua, lembrando que as obras que estão sendo realizas só ficam prontas a partir do ano que vem e que neste ano só há mesmo a possibilidade de contar com o apoio da população. “Este ano provavelmente não vai haver chuva para recomposição dos mananciais do Cantareira. Muitas vezes as chuvas não passam da barreira da serra”, diz.

Com RBA

Agência FEM-CUT/SP
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