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Livro conta a organização de greves históricas no Brasil

02/06/2016

Depoimentos de líderes dos movimentos podem ser estímulo e reflexão para os dias de hoje

Escrito por: Isaías Dalle • Publicado em: 01/06/2016 - 14:08 • Última modificação: 01/06/2016 - 14:18

A Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores decidiu reunir esforços para realizar paralisações em todos os setores de atividade e com isso aglutinar mobilização suficiente para construir uma greve geral, em data ainda não definida.

O objetivo maior da decisão é lutar pela retirada do governo ilegítimo de Michel Temer e pressionar por mudanças que barrem a onda de demissões e que impeçam os retrocessos sociais anunciados de forma explícita pelos integrantes desse governo.

Nesse cenário, torna-se ainda mais oportuna a leitura do livro “Greves no Brasil (de 1968 aos Dias Atuais)”, uma produção do Dieese em parceria com a Cortez Editora. Este, que é o primeiro livro da coleção “Por que Cruzamos os Braços” traz entrevistas emocionantes e esclarecedoras com lideranças sindicais que protagonizaram greves históricas no Brasil.

O resgate trazido pelo livro, por si só, já o faz importante. O relato de como as greves eram organizadas e de como os trabalhadores e trabalhadoras iam se envolvendo no processo pode funcionar como elemento motivacional e guia tático para as novas lideranças, que têm pela frente esse grande desafio lançado pela CUT.

Um dos aspectos comuns a todas as entrevistas é a narrativa sobre o despertar da consciência de classe e política daqueles que, em princípio, temiam por suas próprias demissões ou pela repressão policial.

Uma das entrevistadas desse primeiro volume é a secretária-geral da CNTSS-CUT (Confederação Nacional  dos Trabalhadores em Seguridade Social), Célia Regina Costa, cuja primeira experiência de greve se deu entre o crepúsculo da ditadura militar e a reabertura lenta e gradual. Ela conta que o hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, sua origem, foi ocupado por tropas do Exército, antes de Franco Montoro (PMDB) vencer as primeiras eleições para governador pós-ditadura e instaurar uma mentalidade mais democrática nas relações de trabalho.

“Tinha solidariedade da sociedade. Não tínhamos entidade, sindicato, nada disso. Era tudo muito voluntário (...) A equipe de pedágio ficava nos faróis para arrecadar dinheiro e as pessoas davam. Era uma maravilha aquilo. Porque havia uma ebulição na sociedade(...)”, diz Célia, em determinado trecho da entrevista.

A ebulição social a que se refere era a vontade de acabar com a ditadura. Ebulição existe também hoje, é inegável. A chave para o acúmulo de forças talvez passe pela capacidade de canalizar e traduzir as razões que movem a indignação da maioria dos brasileiros e brasileiras nos dias atuais.

O livro pode ser encontrado nas livrarias ou no site http://www.cortezeditora.com.br/. A segunda edição será lançada na segunda quinzena de junho.


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