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Riqueza de 1% da População Mundial Supera o Patrimônio dos 99% Restantes, Afirma ONG Britânica

29/01/2016

Para assessor do IPEA, a desigualdade no Brasil é secular

Por: Redação FEM com Agência PT de Notícias - Publicação: 19/01/2016

divulgação

 Divulgação

Em 2015, o patrimônio acumulado pelo 1% da população mais rica do mundo superou o que possuem os 99% restantes. Isto significa que, para estar entre o 1%, é preciso ter US$ 760 mil, ou R$ 3 milhões. É o que indica um estudo da organização não-governamental britânica “Oxfam”.

O relatório mostra, também, que 62 pessoas mais ricas do mundo têm o mesmo que toda a metade mais pobre da população mundial. Para Paulo Kliass, assessor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil ainda carrega marcas de uma desigualdade histórica e um dos caminhos para reverter este quadro são alterações no sistema tributário vigente.  

“O país tem medidas de injustiça tributária que precisam ser urgentemente revistas”, afirmou Kliass, doutor em economia e especialista em políticas públicas e gestão governamental.

O estudo da “Oxfam” sobre desigualdade foi feito com base em dados do banco Credit Suisse relativos a outubro de 2015, e divulgado há poucos dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, e do Fórum Social Mundial, que acontece em Porto Alegre.

Em dezembro de 2015, com objetivo de garantir retomada do crescimento econômico, a bancada do PT na Câmara dos Deputados apresentou um conjunto de 14 propostas para  economia ao ministro-chefe da Casa Civil, Jacques Wagner.

Em entrevista publicada na terça-feira (18) no Portal do Partido dos Trabalhadores, Kliass disse que disparidades ainda existem no Brasil em razão de ser uma questão secular. " A marca da desigualdade da sociedade brasileira de hoje remonta à colonização portuguesa. O padrão é de ocupação do território, de concessão do tecido social, de organização da produção da sociedade efetivamente econômica que mantém a elite concentradora no topo de uma pirâmide e a base da sociedade desamparada. Se temos 500 anos de desigualdade, o processo de recuperação disso é um processo lento e demorado", explica.

Igualitária

Para o assessor do IPEA,  as tarefas para tornar a sociedade brasileira efetivamente igualitária são gigantescas. "Temos processos paulatinos, medidas de distribuição de renda, como o Bolsa Família, acesso a benefícios sociais por parte do poder público, medidas de valorização do salário mínimo, benefícios da Previdência Social. São medidas que avançam, e isto é inegável. Se olharmos para os períodos anteriores a 2013 e olharmos para hoje, efetivamente todos os indicadores mostram que houve um avanço"

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